terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Como eu vivi o 1º título mundial do Barcelona...

Há um ano atrás o Barcelona se sagrava campeão mundial de clubes pela 1ª vez em sua história, o único título que faltava para o time que tem o futebol mais envolvente dos últimos anos. O Barça, já havia falhado outras duas vezes na competição intercontinental, perdendo pra duas equipes brasileiras, em 1992 para o São Paulo, e em 2006 para o Internacional. 

A chance de falhar pela terceira vez era maior do que a chance do sucesso. Mas uma desculpa que poderia ter era que se jogava o mundial de clubes pela 1ª vez fora do Japão, agora em Abu Dhabi, e não era contra um time brasileiro, era contra um argentino, o Estudiantes de La Plata, ou seja, para os culés, o medo de não ser campeão poderia ter diminuído com esses dois pontos a favor do time catalão.

A campanha do Barcelona no mundial em 2009, começou sofrida, diferente da de 2006, quando jogou um futebol vistoso contra o América do México e fez 3-0 jogando fácil, dessa vez foi contra outro mexicano, só que o Atlante, o placar de 3x1, fez com que o time espanhol, chegasse com um pé atrás na final.

Vou dizer como me senti vendo aquele jogo na final do mundial. 

Já comecei o jogo chorando como sempre, era emocionante ver o meu time disputando a final do torneio que já havia falhado, mas dessa vez ia ser diferente, pois o time tinha Lionel Messi, que seria coroado o melhor jogador do mundo, uma semana depois.

O Barcelona como era o favorito para ganhar tomou um gol no fim do primeiro tempo do argentino Boselli, aquilo foi uma ducha de água fria no time que já havia começado perdendo o jogo da semi-final, e aquilo me deixou ainda mais agoniado, pois o Estudiantes iria se fechar e dificultar as coisas pro Barça.

Eu e mais todos os culés do mundo não acreditávamos que iríamos perder pela 3ª vez o título mundial, o Barcelona atacava, tentava de todos os modos mas não conseguia furar a impenetrável defesa argentina. Aquilo estava me deixando triste, e assim como fez na semi-final da champions contra o Chelsea, naquele memorável gol do Iniesta, Pep Guardiola mandou que o zagueiro Pique subisse ao ataque. Em um cruzamento do Xavi, Verón, o maestro do time argentino, corta para trás, Piqué desvia de cabeça e Pedro, o talismã do Barça encobriu o goleiro e fez de cabeça o gol de empate.

Parecia que tinha saído o mundo de minhas costas, mesmo não estando no estádio, eu sofria, gritava, xingava o time a cada passe errado, mas sabia que dessa vez não podia ser diferente, fui para o quarto o comecei a ver o jogo em silencio na prorrogação, dava para ouvir as lágrimas do meu olho saindo, eu estava sozinho em casa e parecia que o tempo não andava.

Começa o segundo tempo da prorrogação e com tudo empatado pensei que iria para os pênaltis, o time argentino estava morto andava em campo e implorava o final do jogo. Até que Xavi começa uma jogada no meio, toca para o Messi, que devolve à Xavi e lança Daniel Alves, que havia errado todos os cruzamentos o jogo inteiro, e lança da intermediária para a área, e surge Messi como um foguete, e faz de peito o gol, naquele momento gritei tanto que fiquei sem voz, quem estava em Abu Dhabi poderia ouvir meus gritos, aquele era o time, aquela era a hora, não podia falhar denovo e Lionel Messi, que havia começado a jogada fez o gol de peito, para mim, até hoje, digo que o gol foi de coração. E realmente foi, pois pela câmera contrária, a bola pega no peito esquerdo e vai para as redes. Messi fez de coração, o coração de todos os culés baterem mais forte naquele inesquecível 19 de dezembro de 2009.

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Esse texto era pra ter sido publicado no site Trivela no dia 19/12/2010

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